Algumas actividades, até direito ponto, similares não são considerados entretenimento, como as cerimônias públicas (religiosas, militares ou civis), as devoções particulares ou o voluntariado. O entretenimento coletivo tem como pré-quesito adquirir e conservar a atenção de uma audiência mais ou menos ampla. As três funções clássicas dos meios de intercomunicação de massa eram “formar, informar e entreter”. O termo “entretenimento” é de origem latina.
Começou a ser utilizada na Europa no encerramento do século XV, pela conexão com a ação financeira de desviar bens alheios em favor próprio. Logo depois, tal acepção deu ambiente à de “desviar a atenção” em geral, associando-se portanto à idéia de alegria e de lazer. Daí que o jogo e a companhia das mulheres, a guerra e os altos cargos sejam tão desejados. Entretanto, direis, o que tira com tudo isso? Pois, se no dia seguinte com seus colegas que tem jogado melhor que outro.
Bastaria tomar com todas estas preocupações; deste modo olhar-se-iam a si mesmos, pensariam no que são, de onde vêm, aonde vão; e, por isso, nunca se lhes ocupa e se lhes distrai suficientemetne. E esta é a explicação de que, após tê-los preparado para tanta atividade, se ainda dispõem de qualquer tempo inativo, ele aconselha que o passem a se divertir, jogar e estar sempre totalmente ocupados. Todas as grandes diversões são perigosas pra existência cristã; todavia, entre do as que idealizou o mundo, nenhuma é mais de temer do que a comédia.
Visivelmente o homem é feito para raciocinar; quer dizer toda a sua dignidade e todo o teu mérito, e o seu único dever consiste em sonhar retamente. Já, a ordem do pensamento necessita de começar por si mesmo, e por teu autor e teu término.
- Jovialidade: face corada
- Jan.2010 | 14:01
- Deixando quatro virguillas → ~~~~
- 08 de junho de 2010 | 13:52
Entretanto o que o mundo pensa? Jamais pense nisso; contudo em dançar, em tañer o alaúde, em canter, em compor versos, no correr elo, etc., em brigar, em coroar-se rei, sem reflexionar no que é ser rei e em que consiste ser homem.
Quem não vê a vaidade do mundo é ele mesmo muito vão. No entanto, quem não o vê, porém para os adolescentes que vivem pela agitação, na diversão, e pensando a toda a hora no futuro? por ventura, não é ser feliz poder se alegrar com a diversão? Não, em razão de vem de fora de nós; e, dessa maneira, é dependente, e, em resultância, uma questão que pode ser alteraro por 1000 acidentes, o que torna as aflições inevitáveis. A única coisa que nos consola de nossos males é a diversão, e porém é o maior dos nossos males.
Por causa de ela é o que nos impede principalmente de sonhar em nós, e que nos faz perder insensiblemente. Se não fosse por ela, viveríamos pela angústia, e esta ansiedade que nos impulsionaria a buscar um meio mais sólido de sair de tal estado. Mas a diversão nos diverte e faz com que cheguemos insensiblemente à morte.
Por muito formosa que seja a comédia e tudo mais, o último feito é sangrento: se acaba jogando terra a respeito da cabeça, e acabou para sempre. Para esta categoria de homens que pertencem os artistas e os contemplativos de todo o tipo, assim como esses ociosos que passam a vida caçando, viajando ou dedicando-se a intrigas e aventuras amorosas. Todos eles querem o serviço e a penúria com tal forma que esteja unido ao alegria, incluindo o trabalho mais difícil e dolorido, se imprescindível. Temem mais o tédio que trabalhar inconformados.
Até devem se cansar muito, se querem ter sucesso no seu próprio trabalho. Para o pensador, como pra todo o espírito sensível, o tédio é essa desagradável “calmaria” da alma que antecede a navegação feliz e os ventos alegres; é assim sendo que preferem agüentar, aguardar o efeito. Ou seja propriamente o que as naturezas mais fracos não podem comprar de si mesmas de qualquer forma.
a Afastar de si mesmas o tédio, por qualquer meio, é tão vulgar como o acontecimento de trabalhar para o touro. Assim como Chesterton alia o entretenimento ao advertir que o divertimento não é o oposto do sério, mas o chato. Através da obra de Johan Huizinga em Homo ludens (1938) cobra uma maior relevância a consideração desta vertente do ser humano, definindo-se, inclusive, uma denominação para o estudo dos jogos (“ludología”).