Diante do maremágnum político que significa o Brexit ou a vitória de Trump nas últimas eleições, o prestigiado Dicionário Oxford não pôde por menos de identificar que um termo como ‘posverdad’ tinha que ser a frase do ano. Dois anos depois de ter se tornado um termo comumente aceito, o filósofo Daniel Gamper se pergunta se as expressões não terão perdido fração de seu valor. Se você declarar algo e um minuto depois, sustentar o inverso, numa esfera pública ou um lugar político, não desvaloriza o que se diz. É mais: se você tem significado discutir quando não se estabelece conversa ou troca de idéias, na maioria dos contextos em que debatimos atualmente -como nas redes sociais, sem ir mais remoto-.
Gamper é professor de Filosofia Política na Universidade Autônoma de Barcelona, onde passou anos a investigação do mundo conceitual da democracia. Foi publicado Laicismo europeia e A fé na cidade secular. Traduziu obras de Nietzsche, Habermas, Scheler, Butler e Croce, entre outros, e escreve regularmente na Ara e A Vanguarda.
Também é o último vencedor do 47º prêmio Anagrama de ensaio, um dos mais prestigiados em língua castelhana, graças ao ensaio As mais queridas palavras: a livre expressão. As ótimas palavras é um ensaio que aborda vários debates da atualidade. Fala, tendo como exemplo, da posverdad e como tem se desvalorizado, o valor da expressão. O que desejamos fazer como indivíduos pra revalorizarlas? A expressão perdeu o valor, se olharmos a começar por uma probabilidade parcial, a partir de um enxergar que só está ligada ao debate público e político. E acho que o que há que aprender é para que pessoas se beneficia essa suposta perda de valor, pelo motivo de não há dúvida que beneficia os demagogos profissionais que são comuns a esfera pública.
- Dois Funcionários condenados por nexos com as FARC
- Apresentar Projetos de Lei ao Congresso da República
- São Alexander Briant (1556-1581), sacerdote e mártir britânico
- 20 de julho: O décimo primeiro e último Congresso Federal fecha suas sessões.[11]
- Secretário executivo de Indústria, Comércio e Turismo: Carles Ruiz Novella (PSCataluña-PSOE)
Por outro lado, imagino assim como que a palavra não pode perder valor, porque é constitutiva do humano: é aquilo com que nos relacionamos uns com os outros, com o que estabelecemos vínculos e nós nos preocupamos com os outros. Eu agora sustenta que a expressão não podes perder valor. Mais ainda, é o aparelho com o qual colocamos à prova os valores que temos e sobre isso os que debatimos ao redor do que não existem dúvidas que é correto e errado.
Você argumenta que essa concepção da palavra desvalorizada poderia vir de um exagero da mesma. Neste significado, propõe o saber ouvir, como um feito de resistência. Podemos resistir e compreender a ouvir bem como em contextos digitais? É dificultoso, todavia há exemplos. Eu sou apenas um usuário mais ou menos ativo no Twitter, todavia mesmo deste jeito tenho notado que há pessoas que tentam fazer debates substantivos. Debates que ponderam razões, que têm em conta como se está discutindo, que tentam melhorar a particularidade do debate.
, São somente uma minoria, porventura. Mas sim: no momento em que eu falo de resistência refiro-me a isto, pra aquelas pessoas que estão dispostas a considerar as razões dos outros, pra tentar oferecer possibilidades, a medir as palavras, saber no momento em que toca calar.
Para mim, esses seriam usuários exemplares das mídias sociais. Em compensação, quase todos os que tornou-se prescritor de como usá-las o faz por interesse respectivo. E no momento em que eu digo em interesse respectivo, aspiro manifestar que não estão tentando voltar a acordos com os outros, entretanto que apenas as usam pra convencer, sem raciocinar.
O filósofo Byung-Chul São argumenta que hoje em dia debatimos nestes termos, já que a comunidade nos impele, digamos, a debater com pressa e sem tempo para a reflexão. Você encontra que essa emergência fez com que o intercâmbio de idéias se corromper?
Aqui me parece que tinha causa Robert Kennedy quando dizia que se alguém responde de forma acelerada é por causa de pensa um tanto no que ele responde. Uma mensagem, mais do que uma mensagem é um desafio. E se você nasce como um desafio primário ou primitivo, já que se diria que isso suscita uma resposta bem como primária. Sendo assim, eu acho que quanto rapidamente responderes menos ter refletido e mais prejuízo você poderá fazer. Não obstante, no momento em que reflexionas o que você diz, pensa nas resultâncias do que você está explicando.